quarta-feira, 1 de julho de 2009

Experimento: determinação dos grupos sanguíneos ABO e Rh

Introdução

Existem circulando em nosso organismo moléculas potencialmente antigênicas que, enquanto vistas pelo sistema imune como “próprias”, são toleradas e não induzem respostas imunes. Estas mesmas moléculas quando colocadas em contato com as células e moléculas do sistema imune de outro individuo induzirão respostas imunológicas vigorosas. Um exemplo clássico são os antígenos de sistema ABO e Rh. Para que o sangue de um individuo seja classificado como B, por exemplo, é necessário que existam na superfície de suas hemácias o antígeno B. De forma geral não serão formadas respostas imunes contra este antígeno, entretanto se o antígeno B entrar em contato com o sistema imune de um individuo que seja A, este segundo sistema imune montará rapidamente uma resposta contra as hemácias possuidoras do antígeno B. Este processo, conhecido como rejeição, culminará com a destruição das hemácias possuidoras deste antígeno B. É interessante notar que a resposta formada contra os Ag’s de sistema ABO é rápida por ser pré formada, ou seja, mesmo antes da transfusão com as hemácias B ocorrer existem, previamente formadas, IgM anti B circulantes. Estas Ig’s são formadas continuamente no organismo já que o Ag B é ubíquo, existe não só em superfície de hemácias, mas também em alimentos – principalmente de origem vegetal – e em cápsulas de bactérias componentes da microbiota humana normal.

Procedimento

• Limpar a ponta do dedo com o algodão embebido em álcool.
• Perfurar com a lanceta descartável
• Pingar três gotas de sangue na lâmina limpa, uma em cada extremidade, e outra no meio.
• Rapidamente, colocar sobre cada gota de sangue um antisoro diferente (anti-A sobre a gota esquerda e anti-B na gota da direita da lâmina A, anti AB sobre a esquerda e anti-D – anti-Rh – na gota da direita da lâmina B).
• Homogeneizar o sangue com o antisoro com movimentos oscilantes da lâmina.
• Observar a aglutinação em até, no máximo, 2 minutos.

Interpretação dos resultados

A aglutinação é decorrente da interligação de hemácias via Ac’s, portanto, a aglutinação (+) frente ao antisoro adicionado indica que na superfície das hemácias testadas havia aquele Ag. A ausência de aglutinação é indicada por “-“. Assim:



O grupo sanguíneo ABO

Uma pessoa do tipo sanguíneo A recebe sangue do tipo B as hemácias contidas no sangue doado seriam aglutinadas pela aglutinação anti-B do receptor. Da mesma forma, se a pessoa for do tipo sanguíneo B recebesse sangue do tipo A, as hemácias recebidas do doador seriam aglutinadas pelos anticorpos anti-A do recebedor. Pessoa do tipo sanguíneo O são doadores universais, uma vez que não possuem nenhum dos aglutinogênios nas hemácias. Pessoas do tipo AB por não possuírem nem aglutinina anti-A , nem aglutinina anti-B, atuam como receptores universais.

O Grupo Sanguíneo Rh

O fator Rh estimula a produção de anticorpos responsáveis pela destruição das hemácias. Ao analisar o sangue humano, verificou-se que 85% da população apresenta o fator Rh nas hemácias e são classificados como indivíduos do grupo sanguíneo Rh (positivo) . Os 15% restantes não tem o fator Rh e são indivíduos Rh (negativo).

Ao contrario do que ocorre no grupo AB, os anticorpos anti-Rh não são naturais. Isto quer dizer que a sua população deve ser descoberta de uma sensibilidade prévia. Assim, se uma pessoa Rh (negativo) receber sangue RH(positivo) em uma primeira transfusão, ela será sensibilizada e produzira anticorpos anti-Rh. No caso de haver uma segunda transfusão de sangue Rh (positivo), poderá ocorrer destruição das hemácias no organismo receptor, revelando incompatibilidade sangüínea.
Bibliografia
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier, 2007. 354 p.

BIRNER, Ernesto; UZUNIAN Armênio. Biologia. São Paulo: Harbra. 2001. 782 p.

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